quarta-feira, abril 26, 2006

O Antonio, sem acento, me chama de chata...


Segundo o nosso Ranger Azul, que atende por Tom, mas que foi batizado pelos senhores seus pais de Antonio, sem acento, Sou chata, chata e cruel.

Este blog, um espaço despretensioso em que nós, Tom, Luiz e eu, usamos para falar de coisas que achamos legais, para experimentações, para risos e brincadeiras, para trocar idéias no amplo universo virtual. Isso quando o diretor deixa... Algo bem saudável, não?
Por que o Antonio, sem acento, me chama de chata.

O Antonio, sem acento, tem suas tendências a exageros ao mundo pop desconhecido, a colocar num quase pedestal coisas que, em minha opinião, são ridículas imitações do passado, letrinhas bobas e nada de muito original. Se bem que o segredo da originalidade é não revelar de onde copiou... Mas voltemos, e daí? Mau gosto dele [risos]. O que eu tenho com isso? Cada um é livre para gostar do que bem entender.

Deixando a quase picuinha interna de lado, falemos de respeito. Respeito às diferenças, fator fundamental ao bom relacionamento humano.

Respeito segundo o dicionário Houaiss:
res.pei.to
Acepções
■ substantivo masculino
1 ato ou efeito de respeitar(-se)
2 sentimento que leva alguém a tratar outrem ou alguma coisa com grande atenção, profunda deferência; consideração, reverência
3 obediência, acatamento
4 modo pelo qual se encara uma questão; ponto de vista
5 o que motiva ou causa alguma coisa; razão
6 relação, referência
7 estima ou consideração que se demonstra por alguém ou algo
8 sentimento de medo; receio respeitos

Ninguém precisa gostar de algo que outro gosta e, como dizem os franceses: “Des goûts et des couleures, on ne discute pas”. Mas isto foi só para, como todo chato que se preze, eu dar uma de metida, algo similar ao nosso “ Questão de gosto não se discute”.

Não há cultura superior ou inferior. Existem, sim, diferentes formas de expressão da identidade coletiva e/ou individual. Mas sinceramente, não estou nem com tempo nem paciência para debates sociológicos, antropológicos e psicológicos.

Mas senhoras e senhores leitores deste blog, se você quis desperdiçar [?] o seu tempo com esta leitura rasa, sugiro que reflita até onde respeita a opinião e a identidade alheia...

Confirmo, sou uma chata convicta. Sou orgulhosamente chata. E sugiro que você seja chato também! Em respeito a sua identidade, respeitando a alheia, pois da troca nasce o aprendizado e de discordâncias pode surgir um gostoso debate.

E aqui pelo CULTURE a arte de ser nonsense é algo que nós quase dominamos.
Liannara

domingo, abril 23, 2006

Resenha Crítica - DON'T SAVE ME


Single: Don't Save Me
Artista: Marit Larsen

Autoria: Marit Larsen
Album: Under The Surface
Gravadora: Propeller Recordings/Virgin Norway/EMI Norway
Data de lançamento (Noruega): 06/02/2006
Data de lançamento no Brasil: Sem previsão de lançamento
Veja o vídeo no link ao lado: http://www.youtube.com/watch?v=aMLby-ESs0Q&feature=TopRated&page=1&t=t&f=b
Faça o download da canção no link ao lado: http://www.megaupload.com/?d=B65QYTBL

Letra:
You say We must move forward
And I say Let's not go back
Once we were brave explorers
But this train is worn out track

Don't chase that setting sun
Look what we become

Don't save me
I'll save you the hassle
Our little castle
Is a house of cards
This empty heartache's pending
This is us ending


You say You were just kidding
And I say This is no joke
We've grown and we're not fitting
We've flamed now to a wisp of smoke

Don't turn the truth around
It reads the same way upside down

Chorus
So don't save me
Don't you dare


Little by little
Sneaking upon
Until it's too much to ignore
Let's live in the middle
Before it dead ends
I've been down this road
Don't you dare
Leave me here
I'll be looking elsewhere

Chorus

Chorus
So don't save me
Don't you dare



Fonte: www.rb.no

"Under The Surface", o álbum


Primeiramente, hoje deveria ir ao ar uma resenha sobre um dos álbuns que Marisa monte lançou este ano - "Infinito Particular", para ser mais exato -, mas esta música marcou tanto que dois dias antes da entrega do texto, mudei de idéia (com os devidos avisos aos meus colegas e ao Diretor, logicamente!). Sorte minha que todos me apoiaram nesta empreitada!


A qualquer um que se pergunte, a resposta certamente será "Mari... o quê?" Se eu der uma segunda referência, haverá três tipos de resposta: "nunca ouvi falar!", "Esse lixo? Fala sério!" ou "É sério? Acabou? mas eu gostava tanto!". Falo agora que esta referência é um duo norueguês que atendia por M2M. Marit era "a loura do M2M", a garotinha tímida que tocava violão e cantava pouco, dando espaço para que a morena pianista (e dona do vozeirão do grupo) Marion raven brilhasse. Elas fizeram relativo sucesso aqui no Brasil com seus primeiros singles, "Don't Say You Love Me" [que foi #1 nas paradas radiofônicas, na esteira do primeiro filme dos Pokémon(!)] e "Mirror Mirror" (este, embora de qualidade superior, foi menos explosivo por não ter mais o sabor da novidade. Apenas conseguiu um lugar ao sol das paradas brasileiras porque elas vieram aqui, passando pela MTV, pelo Raul Gil, pelo Pânico e diabo-a-quarto mais!). Mas, após isso, elas sumiram.


Neste tempo de ostracismo brasileiro, elas fizeram seu segundo álbum, excursionaram com Jewel, apareceram no seriado "Dawson's Creek", e tudo o mais. Mas "The Big Room", o segundo álbum, não obteve o mesmo êxito do antecessor, "Shades Of Purple", então, a gravadora Atlantic rompeu o contrato. Mas o pior para Marit viria junto com esta notícia: o M2M acabava para que a Atlantic pudesse investir apenas em Marion Raven, que, após tal episódio, além de ex-companheira de banda, tornou-se ex-amiga de infância.


Mas isso foi em 2002. E um fato curioso ocorreu: a Noruega natal das meninas, que não deu muita bola ao som delas, começou a apoiar Marit, transformando-a numa espécie de "poetisa desprotegida" e tachando Marion como um "traidora vendida". Mas ao invés de deitar na "fama", Marit preferiu se isolar e refletir sobre a sua vida desde o M2M. Mas em 2004, ela já estava mostrando que seu talento para a música continuava intacto. Em gigs para amigos, ela foi ganhando público boca-a-boca, e logo estava novamente dando entrevistas e tocando suas novas canções nas rádios norueguesas. recebida com certa frieza, uma vez que "seu passado a condena", marit logo provou que sua música é de qualidade, e os críticos a festejam como uma grande promessa da música pop. Não demorou muito para que ela conseguisse um contrato com a Virgin Records.


Seu primeiro single solo, "Don't Save Me", foi uma das poucas canções que não foram divulgadas anteriormente. Foi uma decisão bastante arriscada, pois outras canções seriam hits certos para sua reestréia. Mas o risco se revelou totalmente válido.


Fonte: www.maritlarsen.com

Imagem do vídeo de "Don't Save Me" - carro estiloso, digaê!...


"Don't Save Me", à primeira vista, é um recado claro a Marion. Uma declaração de separação amigável, embora ainda haja algumas arestas a serem aparadas ("Vá devagar / antes que / haja coisa demais pra se ignorar"). Oficial e obviamente, Marit desmente que a canção tenha sido escrita para Marion (supresa, surpresa, surpresa...).


Musicalmente, a faixa é simplesmente deliciosa! Dá uma impressão de que foi retirada de algum dos álbuns do ABBA, nos seus tempos áureos, com uma brilhante intervenção de uma gaita à Stevie Wonder. Tudo isso embalado pela voz pequena e precisa de Marit, que melhorou muito seu canto desde seus dias com Marion. A batida das palmas a direcionar a canção é tão empolgante que chega a corar os mais roqueiros.


O vídeo também é outro ponto forte! Os vários carros em que Marit aparece despertam a curiosidade para decidir qual o mais estiloso, fora que eles vão se tornando cada vez mais psicodélicos com o passar da música!


Fonte: www.maritlarsen.com

Marit Larsen - foto por Stian Andersen


"Don't Save Me" está em #1 nas paradas norueguesas há SEIS SEMANAS CONSECUTIVAS, e "Under The Surface", o álbum, já é disco de ouro, com 22 mil cópias vendidas em menos de um mês, o que é muito num país pequeno como a Noruega. Para comparar, "End Of Me", o álbum solo de Marion Raven, vendeu 18 mil cópias e está nas prateleiras há mais de um ano (por acaso, a Atlantic rescindiu contrato com ela agora em março). para coroar a volta por cima, Marit tem seu álbum apontado pela crítica européia como o "must have" de 2006. Tá bom, ou querem mais? Aguardemos o próximo single!


M2M? Marion? Nah... Marit está muito bem sozinha!



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Tom

domingo, abril 16, 2006

Resenha Crítica - AS NOITES DE CABÍRIA




NOITES DE CABÍRIA
Título Original: Le Notti di Cabiria
País de Origem: Itália
Ano: 1957
Duração: 117min
Diretor: Federico Fellini.
Elenco: Giulietta Masina, Franois Perrier, Amadeo Nazzari, Franca Marzi, Aldo Silvani.
Sinopse:
Giulietta Masina interpreta Cabíria, uma prostituta que ganha a vida nas ruas de Roma em meados anos 50. Ingênua, ela sonha com o amor perfeito e acredita na bondade das pessoas. Por isso, sofre constantemente desilusões. Em suas andanças pela noite romana, ela se envolve com um astro de cinema em crise conjugal e, também, com um contador, que parece amá-la de verdade. Será que o destino só guarda desencantos para a pobre Cabíria?
Fonte: CinemaNet
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Resenha:
Uma história sensível, ainda na fase leve e despretensiosa de Fellini, com uma personagem delicada e lunar: Cabíria, uma prostituta que acredita no amor perfeito e sofre constantes desilusões. Ela ama demais, ela sofre demais, ela, apenas, não quer ser só.
No início do filme seu namorado a atira em um rio, quase a matando afogada, fugindo levando-lhe a bolsa, dinheiro e ilusões. Quase não conseguindo acreditar na sordidez do ato, ela segue sua trilha de sofrimento.Seu caminho cruza com o de Alberto Lazzari (Amedeo Nazzari), um ator que a usa para esquecer sua crise conjugal passageira.
Um dos momentos mais marcantes, censurado pela igreja católica na época do lançamento do filme, é o encontro de Cabíria com um benemérito que sai pela cidade distribuindo alimentos aos mendigos em um saco.[ Para a Igreja, este tipo de caridade individual pressupõe a indiferença da instituição laica frente à miséria, uma passagem mais indecente que o ganha-pão da prostituta mais comovente do cinema. Na versão para colecionadores são sete minutos a mais com as cenas censuradas.]
Cabíria tem fé. Ela vai com os amigos a uma celebração religiosa pedir para que saia daquela vida de tantas amarguras, é um momento forte, onde uma fé ingênua é retratada. Uma fé que demonstra abalos e cansaços de quem deseja um amor que a salve.
Outra passagem emocionante da trama é quando Cabíria assiste a um espetáculo de uma trupe circense e, desafiada, é voluntária para um ato de hipnotismo, onde releva toda a pureza e amor guardado em si, sendo alvo de risos da platéia. Este momento marca o início do desfecho da história.
Na platéia encontrava-se Oscar, que não pede explicações sobre nada da vida que Cabíria tanto quer deixar para trás, e a ela dedicando afeto. Parece enfim que Cabíria será feliz, ao lado de um marido que a ama e que a aceita. Feliz, ela vende todos os seus bens e dá adeus ao seu passado, com o coração cheio de esperanças. Mas, Oscar é só mais um a enganá-la, agora da forma mais cruel. Levando todo o pouco que Cabíria possuía.


Contudo, mesmo com mais uma vez seus sonhos assassinados, somos presenteados com uma bela cena final onde o desespero e o abandono humanos podem ser superados pela capacidade de esperar dias melhores.


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Liannara

quarta-feira, abril 12, 2006

Um Hospital do Barulho

- Esta galerinha endiabrada vai aprontar a maior confusão no hospital...
- Argh, CALA A BOCA!!! Saco de narrador de comercial! Por acaso, eu tenho cara de "Sessão da Tarde"?

Meio de semana é o dia perfeito para se fazer uma visita ao hospital! Não tem aquele monte de gente querendo ver aquele parente (afinal, só vão vê-lo nos fins-de-semana, mesmo) e, por ser um dia de semana, as visitas são geralmente rápidas ou seja: eu, que odeio hospital, não sou obrigado a passar mais de uma hora lá dentro! Com sorte, saio em menos de meia! hi hi hiiiii...

Pois bem... foi só saber que o nosso companheiro Luigi fora internado, que Lia e eu providenciamos logo a nossa visitinha... afinal, sabe-se lá que tipo de retaliações poderíamos sofrer se não fôssemos... o bicho é mais esquentado que bicho de pé!

Chegando no hospital, nós já pudemos perceber a bagunça... aquilo parecia mais uma delegacia superchique, porque a gente só via oficiais da lei... que coisa estranha, sô!

Na recepção, aquele barraco com "B maiúsculo": uma louraça belzebu discutia com a recepcionista porque não conseguia ir até determinado quarto. Ao chegarmos, pudemos identificar Laura Cachorra Au-Au da Costa, a dona da Calamidade Produções! Eu sou fanzaço dela, meu!!! Enqüanto a Lia conseguia descobrir o quarto do Ranger Nero, eu conseguia o autógrafo da Laura - mas ela é tão baixinha... eu achava que ela fosse mais alta, sô...

Identificado o quarto, deixamos o barraco acontecendo lá (não era da nossa conta) e fomos ver nosso amigo.

Qual não foi a nossa surpresa em ver o fumaceiro que saiu do quarto assim que abrimos a porta! E o cheiro? O que era aquilo? Incêndio? O apoCalypso chegando? Não... o barulho que se seguiu à fumaça saindo do quarto denunciava o bando de italianos... eu entendi alguma coisa relativa a sapatos bico-fino número quarenta em cimento Zebú italiano legítimo, mas enfim... já deu pra perceber que eram negozi di famiglia... Aí, já era demais pra minha pessoa... eu estar num hospital é um sacrifício (já disse que ODEIO hospitais?), ainda ter que aturar fumacê de cigarro e negociações excusas? Comigo, não! Interrompi, e interrompi, mesmo! E nem a Lia pra me ajudar, a desgramada...

Enqüanto eu tava botando a italianada pra fora (e, no mínimo, atirando medidas pro meu sapato de cimento personalizado), Lia estava em outro quarto. Resolveu tomar dicas de beleza com uma tal de Soraya Montenegro, enqüanto dava, por sua vez, maneiras de roubar marido e filho de uma tal Maria-Mercedes-Marimar-Rosalinda Thalia do Barro... ela é tão prestativa que chega dá gosto, né não?

Após um puxãozinho básico, estamos nós... abraços, entrega daqueles balõezinhos bregas de "melhore logo" (ah, qualé... quem não gosta de receber?)... a lia só não comprou flores porque não sabia se ele é alérgico... e como ela não está a fim de levar bala... E logo estávamos a "tricotar"... afinal foram meses sem nos falarmos direito desde a festa de Réveillon!

Logo, a porta se abre! Uma doida com uma peruca horrenda entra, procurando uma tal de Lindalvalizabel... logicamente, o nome do Luigi não era esse... e muito menos, ele tinha acabado de ter um filho... ele pode ser qualquer coisa, mas não é um avanço na genética... EI! Essa dona é a Mázaré, disfarçada de enfermeira!!! EU SOU FANZAÇO DELA, MEU!!! É MINHA AMIGA DO YORKULT E TUDO!!! Eu tinha que conseguir um autógrafo!!!

Lia ficou com sede e pediu um cházinho. Então, o Luigi chamou a enfermeira, pois ele também tinha pedido que ela esquentasse um chá para ele... era só botar mais água (ô, solução de pobre, Deus...)... EI, LUIGI BEBE CHÁ? Achei que mafiosos só tomassem champagne... no máximo, whisky!

Quando a enfermeira chegou, eu notei que o anel dela era maior que a mão, uma coisa tão viúva Porcina de se ver, que doía... então, arranjei mais um motivo para sair do quarto à caça do autógrafo da Mázaré. Se eu ficasse, iria mangar daquele anel até não poder mais. Mas eu tenho a impressão de já tê-la visto numa dessas cidades do Aguinaldo Silva... aquela cara de mulher má não me é estranha...

Eu tinha tantas coisas a perguntar à Mázaré... quem foi o arquiteto que fez a escada assassina, como ela sobreviveu ao pulo no São Francisco... ai, "são tantas emoções..." Mas... cadê ela? A bicha sumiu!!! Como ela consegue???

Tentei o quarto mais próximo! Ouvi uma conversa muito animada, daquelas bem de perua, mesmo... uma doida falava "desde que eu me livrei do Bobalhão Dolafeia, que o Diabo o carregue bem lá em baixo, minha vida ficou ainda mais maravilhosa porque eu herdei tudo! reapare se eu, Branca Letícia de Barros Mota, ia deixar alguma coisa com aquela pseudo-secretária e pseudo-falsa melhor amiga ficar com um centavo que fosse?" Como eu sou muito curioso, eu queria acompanhar o papo mais de perto, né? Qual não foi a minha surpresa... além da Suzana Vieira versão loura aguada, eu vi ela... Bia Falcão Montenegro!!! A véia não morreu no acidente!!! E eu nem tinha o telefone da Júlia Pires pra avisar!!!

Quando dou por mim, há uma nova gritaria nos corredores, e lá vou eu ver. Laura Cachorra entrou, e conseguiu achar o quarto da Maria Chapa Diniz, e as duas tão se comendo no pau... uma cena deprimente, realmente... mas como eu AMO ver cenas deprimentes alheias, fiquei lá vendo, hi hi hiiii... um barraco em pleno corredor de hospital, que mais eu poderia pedir na vida? Só se o Ratinho aparecesse!

E logo, a enfermeira que estava no quarto do Luiggi passa por mim, apressadamente, e Lia atrás dela com uma cara nem um pouco contente! Ela encontrou vestígios de veneno de rato vencido no cházinho! Foi aí, que me toquei... Aquela cara de doida... aquele anel... como foi que eu não me toquei antes? Aquela mulher é a Malvadma Guerreira, de Porto do Milagre da Lua Cheia Enorme Toda Santa Noite! E atacando dois pobres e indefesos Rangers sem qualquer motivo! Nós tínhamos que detê-la!

TRANSFORMAÇÃO

E lá fomos nós atrás da mocréia, atrás de satisfações pelo comportamento tão pouco digno de uma enfermeira. Mas, aí, nos deparamos com mais uma cena deplorá-vel (ô hospital animado, esse!...): minha heroína Mázaré está enlouquecida... o 26º filho da Lindlavalizabel nasceu em outro hospital, já para evitar a sua presença... ela se revoltou, estava a ponto de queimar o colchão... quando enfemeira Malvadma a ofereceu um chá calmante... nem pudemos fazer qualquer coisa para impedir... ela tomou de um gole só, como se fosse cachaça... bem, antes ela do que a gente, né? Mas isso foi o bastante para que prendêssemos Malvadma Guerreira em "flagrante delitro"! E o melhor! Só fizemos gastar as nossas pernas!

Enfim, de volta ao quarto, para nos despedirmos, uma pequena dúvida a se retirar... como pode Luigi querer um hospital tão pouco tranqüilo, fora que é mal freqüentado que só... a resposta?

"Perche qui é mais divertente!"... sei...

Tom



Luiz, fique bom logo, viu? Que tudo dê certo pra você!!! É o que desejamos nós, seus colegas CULTURE RANGERS!!!

segunda-feira, abril 10, 2006

Resenha Crítica - OS BONS COMPANHEIROS

Olá!!

Bem, estou aqui hoje, para escrever sobre um filme que tem como tema um assunto que, digamos, eu entendo muito. Nem vou falar demais, senão evidencia demais...



Os Bons Companheiros
(The Goodfellas, 1991)



Um dos melhores filmes feitos sobre a máfia, Os Bons Companheiros entra fácil em qualquer lista de melhores filmes de todos os tempos. Dirigido com a habitual competência por Martin Scorcese, tem no elenco nomes de peso como Robert De Niro, Ray Liotta e Joe Pesci, que venceu o Oscar de Ator Coadjuvante pelo seu trabalho como Tommy DeVito, um mafioso violento e ao mesmo tempo engraçado.

O filme conta a saga de um jovem que acaba tornando-se um dos maiores gângsteres da cidade de Nova York, sua vida desregrada e por fim o seu declínio, onde junto com ele, está o declínio de toda uma geração de mafiosos. Esse jovem, de nome Henry Hill, foi interpretado por Ray Liotta, no papel que certamente lhe deu o maior destaque de sua carreira. Mostra com perfeição como começa a carreira, aos 11 anos de idade, e como aos poucos vai ganhando a confiança dos maiorais do lugar, como James Conway, interpretado por Robert De Niro, que lhe dá apoio e confiança para que ele cresça nos negócios. Mas, Henry vai se distanciando dos negócios normais da máfia e se envolvendo com drogas, no que outros vão seguindo seu caminho e com isso, trazendo a decadência de uma era onde os gângsteres tinham status de glamour, de luxo e ostentação.

O filme é bom por dois motivos básicos, as atuações e o roteiro. Os atores estão fenomenais, em especial, claro, De Niro (em sua melhor época), Pesci (que merecidamente venceu o Oscar), e Lorraine Bracco, uma atriz hoje sumida, mas que também foi indicada ao Oscar pelo papel da mulher de Henry, Karen Hill. Teve outras quatro indicações: Filme, Diretor, Roteiro Adaptado (do livro Wiseguy, que conta a história de Henry Hill, ou seja, o filme é baseado em fatos reais), e Edição.

Falando do roteiro, escrito por Scorsese e Nicholas Pilleggi (autor do livro), é um exemplo de história bem-contada. Apesar do tema batido, o filme ainda choca, com imagens violentas mas não explicitas, o que torna o filme uma aula de direção e roteirização.

Enfim, uma dica excelente para quem se interessa pelo mundo da máfia, como eu.

Nota?
********** (10 estrelas)
...e até mais p'ra todos!

quarta-feira, abril 05, 2006

Observação da reação humana por um humano não especializado no assunto...

O salve, salve adorado Ranger Azul, que também atende por Tom, apareceu com uma bela resenha do filme Brokeback Moutain. Mas tão interessante quanto o filme, pelo menos para mim, foi ver a reação das pessoas diante da película, uma excelente oportunidade para observação do outro, logicamente plural, pois a referência é feita a todos que estavam dentro daquela sala de cinema.

Demorei a entender os sorrisos nas cenas mais românticas, de mais cumplicidade, mais tensas e mais dramáticas do filme. Talvez eu seja sensível demais para rir de declarações e problemas de amor. Ou para achar engraçado a dor dos ouros, sim, a Michelle Williams fez-me imaginar toda a frustração e angustia da sua personagem.

Olhei ao meu redor. Nas cadeiras do lado casais, atrás homens, aqueles machões num programa de domingo com a família, algumas pessoas totalmente travadas. Não que as pessoas estivessem achando o filme ruim, só alguém muito insensível acharia. As pessoas riam, muito... Faziam aquele coro OHHHHHHHHHHHHHHHHH, ou riam entre dentes, amarelamente. Riam, pelo constrangimento de ver dois homens em cenas tórridas de um romance, em cenas de saudade, em cenas de revelações. Riam, pelo descostume, por encarar algo ‘não natural’.

Particularmente, achei o filme excelente... E a reação dos espectadores seria uma boa tese de algum trabalho acadêmico. Mas eu, eu só sou um ser humano não especializado no assunto...

domingo, abril 02, 2006

Resenha Crítica - O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

Fonte das fotos:
- cartaz: adorocinema.cidadeinternet.com.br
- atores: www.cinemaemcena.com.br, exceto Anna Faris e Anne Hathaway (adorocinema.cidadeinternet.com.br)
- personagens: adorocinema.cidadeinternet.com.br

Título: O Segredo de Brokeback Mountain
Título Original: Brokeback Mountain

Produção: Diana Ossana e James Schamus
Distribuição: Focus Features / Europa Filmes (Brasil)
Diretor: Ang Lee
Roteiro: Larry McMurtry e Diana Ossana - baseado em estória de Annie Proulx
Data de estréia:
2005
Estréia no Brasil: 2006



Elenco:
Jake Gyllenhaal (Jack Twist)
Heath Ledger (Ennis del Mar)
Michelle Williams (Alma del Mar)
Anne Hathaway (Lureen Newsome Twist)
Linda Cardellini (Cassie Cartwright)
Anna Faris (LaShawn Malone)



Fonte: adorocinema.cidadeinternet.com.br/

Heath Ledger e Jake Gyllenhaal


Quando as primeiras notas sobre “Brokeback Mountain” começaram a pipocar mundo afora – especialmente na Internet, logo começaram as especulações a respeito do Oscar®. Mas, enfim, chegou o tempo... Campeão em indicações, três prêmios... mas o prêmio principal foi para “Crash”...


Realmente, se era para premiar um filme tão mediano como “Crash – No Limite”, era melhor ter dado o prêmio para “O Segredo de Brokeback Mountain”, mesmo. Mas isso não quer dizer que eu creia que o filme mereça tanto.


O taiwanês Ang Lee, mais uma vez, oferece um filme de brutal sensibilidade, mas o tema homossexualismo não lhe é novidade – ele tocou no assunto de maneira muito mais corajosa no ainda mais belo “Razão E Sensibilidade”. Sua direção mostra apenas que ele continua mostrando temas ditos ousados com uma sensibilidade que, por vezes, chega a suavizar tudo. Mas, justiça seja feita, isto não desmerece as qualidades da fita, e a suavização está longe de ser um defeito da película.


Para quem ainda não viu as desventuras de Jack e Ennis – o que eu, particularmente, acho muito difícil – não pode perder a oportunidade de ver, sob o risco de acabar sem conhecer um filme que, desde já, é um marco na história da sétima arte.


No verão de 1963, os jovens Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis del Mar (Heath Ledger) se conhecem, indo trabalhar como pastores de ovelhas guiando-as pela montanha Brokeback (você achava que o título se referia a quê, caro(a) leitor(a)?). Com personalidades completamente dispares – Ennis é quieto e calado, enquanto Jack é expansivo e brincalhão –, ambos cultivam uma crescente amizade, que ultrapassa todas as fronteiras, e se transforma em um romance que dura quase vinte anos.


Mas como estamos nos E.U.A. e a época era ainda pré-Stonewall, não é difícil prever que ambos não ficam juntos de primeira. Após a temporada em Brokeback, ambos seguem seus caminhos, se casando e constituindo família – Ennis se torna empregado em uma fazenda e se casa com Alma (Michelle Williams), enquanto Jack tenta a sorte nos rodeios – seu sonho – até se casar com Lureen Newsome (Anne Hathaway) e ir trabalhar como vendedor de carros na loja do sogro. Apesar disso, ambos seguem se encontrando esporadicamente na montanha até o derradeiro final.


Fonte: adorocinema.cidadeinternet.com.br/

Heath Ledger e Michelle Williams


O filme é facilmente ser tachado como western gay. Mas, obviamente esse termo não sobrevive nem a cinco minutos de filme assistido. A adaptação de Diana Ossana e Larry McMurtry para o conto de E. Annie Proulx é segura e competente (não à toa, vencedora do Oscar®), e dá um destaque especial a Ennis, o que é compreensível, pois, sob certo ponto de vista, é mais importante que uma conexão maior seja estabelecida entre o público e ele – coisa que só poderá ser entendida no final. O ritmo da fita se perde muitas vezes, tornando-o cansativo e até mesmo chato em certos momentos (talvez uns quinze minutos a menos de fita não fariam mal algum ao resultado final), mas o resultado se mantém satisfatório todo o tempo. Ao fim da sessão, o espectador pode chorar ou não, mas será impossível haver alguém que não saia da sessão sem pensar. Seja bem, seja mal dos personagens, seja no amor, seja em chances que deixamos passar... outro ponto forte deste roteiro é este: não esconde nada, nem julga quem quer que seja: apenas mostra os fatos. A interpretação é livre e independente para cada pessoa que o assiste.


A fotografia é simplesmente espetacular, principalmente as tomadas na montanha Brokeback, um trabalho de mestre de Rodrigo Prieto. Outro trabalho maravilhoso e também ganhador do Oscar® foi o de Gustavo Santaolalla, com sua trilha impecável, principalmente na canção “A Love That Will Never Grow Old”, ganhadora do Golden Globe® de Melhor Canção.


É nas interpretações que encontramos os destaques e o ponto fraco do filme. O australiano Heath Ledger encontrou em Ennis o papel perfeito para se mostrar como um ator de talento, e deixar de ser uma jovem promessa de Hollywood. O fazendeiro calado e introspectivo é mostrado com maestria, principalmente em seus momentos de travamento e incapacidade de demonstrar suas emoções. Isso sem falar no perfeito sotaque do sul estadunidense, que é algo muito difícil.


Outra interpretação digna de nota é a de Linda Cardellini. Mais conhecida do publico brasileiro como a enfermeira Samantha do seriado “Plantão Médico” (E.R.) ou, para se ter uma referência menos honrosa, como a Velma nos dois filmes do Scooby-Doo, ela consegue passar grande despojamento como um interesse amoroso de Ennis após seu divórcio. Por outro lado, Jake Gyllenhaal consegue ser completamente canastrão até o último quadro disponível de fita na pele de Jack Twist. Não que isso seja um grande problema (o que não seria de Jack Nicholson?), mas alguém que usa e abusa de recursos de interpretação acaba várias vezes apagado diante da interpretação densa e segura de Heath. A interpretação duvidosa fica por conta de Anne Hathaway. Vinda de comédias da Disney (ela foi a tal princesa dos dois “Diários”), ela mostra não ter medo de ousar ao mostrar os seios em uma de suas primeiras cenas no filme. Mas não possui carga dramática suficiente para fazer frente mesmo à sua grande cena, quando sua personagem está só, falando ao telefone com Ennis.


Em contrapartida, este poderia ser o filme das vidas de Jake e Heath, mas o filme ganhou, no fim, uma DONA. É Michelle Williams. Depois de anos num papel marcante na mente do publico (ela ainda é lembrada como a Jen do seriado “Dawson’s Creek”) e um número sem-fim de papéis em filmes ou pequenos ou duvidosos (alguém lembra de “H20”?), ela mostrou todo o seu potencial dramático como a reprimida e envergonhada Alma del Mar, roubando todas as cenas das quais fez parte.


Por todos estes motivos, “Brokeback Mountain” talvez não seja um filme digno de ganhar o Oscar® principal (na minha modesta opinião, realmente não o é), mais ainda assim é um filme digno e, por que não dizer, um marco na história do cinema estadunidense. Ao falar de um amor idealizado, que não poderia ser vivido realmente, fosse homo ou heterossexual, Ang Lee coloca na montanha Brokeback a ilusão do local perfeito, ao contrário do mundo da mesmice representado pela janela do trailer de Ennis.


Fonte: adorocinema.cidadeinternet.com.br/

Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway


“Jack, I swear...”



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Tom